26/11/2017

Um poesia dedicada a você

   Agora eu estou pirando de ansiedade. 
  Hoje eu fiz uma da prova que sempre, inconscientemente, pensei que não fosse para mim. E depois de horas, que mais pareciam eternidades, de espera, eu finalmente pude ver o meu desempenho real nessa prova, a qual tanto me dediquei, e eu chorei. Chorei, como chorei exatamente num mesmo contexto um ano atrás, quando eu contava os meus acertos e via que não havia sido o suficiente. Só que dessa vez eu achei que foi. E eu não acreditei. Chorei na frente dos meus pais, só por ter ido bem, como eu mesma esperava, numa das provas mais difíceis que eu já fiz (e eu odeio chorar na frente de outras pessoas). E esta foi só a primeira etapa, certamente, que me separa de alcançar o meu sonho, mas ir bem nessa prova que me desafiou o ano inteiro me fez sentir bem. Foi como se eu estivesse dizendo para a Mayara de um ano atrás: "Viu, eu sabia que você conseguiria. E conseguiu". 
    Senti que fosse capaz de novo, de tudo. E eu sou. 
   Então eu também sou capaz de desabafar algumas palavras que não foram ditas a você. Palavras que você merece ouvir, ou pelo menos, eu mereço dizer a você. Palavras que entalaram a minha garganta por quase 365 dias, e que eu pensei que tinha conseguido engoli-las. 
    Pois bem, não consegui.
   Posso dizer que eu criei expectativas, muitas, aliás. Quando me permiti conversar com você, e entregar a você alguns dos meus pensamentos mais íntimos. E você os aceitou. E isso me encantou. Você me encantou.
   Em poucos dias eu já não conseguia conter a minha ansiedade, queria conversar com você a todo momento, deixava-me inclusive ficar horas e horas no rolar da madrugada rindo com as coisas que você falava. Você é engraçado. E isso me contagiava. Queria rir pelas coisas que você dizia a noite inteira. Até que o sono me apagasse, mesmo com meus protestos.
   É difícil escrever essas coisas, finalmente, porque eu ainda sinto que tudo isso foi tão recente. Mas ao mesmo tempo parece que já se passou uma eternidade.
   Você sabia exatamente o que falar para mim nos meus momentos mais escuros, quando eu mesma duvidava da minha própria capacidade. Eu havia tornado transparente grande parte dos meus maiores monstros, coisa que eu dificilmente faço, pela confiança que você me emanava. E eu adorei isso, realmente. 
   Você sabe, ou não: eu sou dramática. Gosto de inventar histórias, e talvez eu tenha inventado a nossa, mas no momento errado. No ritmo errado. Antecipadamente. E fui vivendo todo aquele enredo sozinha. Até que eu me decepcionasse com você pela primeira vez.
   Veja, a culpa não é estritamente sua, eu criei idealizações demais. Mas você me decepcionou. E, mesmo que parecesse um detalhe minucioso, isso me machucou de uma forma surpreendente. Porque eu havia te idealizado, e aprendi, talvez de uma das piores maneiras, que pessoas não devem ser endeusadas. Eu não sou uma deusa, uma boneca de porcelana, e você não é um príncipe encantado. E nunca será.
   Eu havia criado esperanças, meu maior defeito, e isso amplificou o meu desapontamento. E, mesmo que eu já sentisse que estava me recuperando dele, seria falsidade não desabafar que ainda sinto resquícios que de vez em quando me machucam. Tipo agora, momento em que a ansiedade parece controlar o fluxo de meus pensamentos.
   Se você estiver lendo isso, quando estiver lendo isso, eu só quero que você saiba a verdade. Não te desejo o mal, pelo contrário, te admiro demais, mas só quero que você perceba, que eu perceba, que não era para acontecer, mais do que aconteceu. Eu me conectei de uma forma extraordinária com você, mas percebi que ainda temos anos luz de diferenças, e infelizmente, ou felizmente, isso nos separa imensamente (ou pelo menos neste momento). 
   Você é incrível. É carinhoso. É atencioso. É extremamente empático. E todas as palavras que te disse são extremamente verdadeiras, ditas com todo o meu coração e a minha alma. Mas não estamos na mesma órbita. Eu te admiro demais, mas não partilhamos de um mesmo momento, de mesmas ambições, de mesmas emoções. 
    Coloca uma coisa na cabeça, Mayara: não é para você estar com ele. 
    Só não era para acontecer mais do que aconteceu. E está tudo bem! 

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