09/02/2016

Miscelânea de sentimentos


   Faz um certo tempo que eu não escrevo, e hoje eu simplesmente resolvi que queria escrever. Na verdade, eu nem sei bem o que quero escrever, ou melhor, eu meio que sei, eu só não sei se vai sair exatamente do jeito que eu quero. Sabe quando você sente que você precisa desabafar algo, mas no fundo nem sabe direito o que quer desabafar? É mais ou menos isso que eu estou sentindo agora.
   Eu estou me sentindo meio sufocada. Não sufocada no quesito pressionada - bem, talvez - mas sabe, parece que a qualquer momento eu possa vir a explodir. Sabe aquela vontade incessante de querer gritar até você perder toda a sua voz? E o pior é que eu nem sei direito por qual motivo estou sentindo tudo isso. 
   Eu sempre fui uma pessoa que prefere o confortável ao novo. Uma pessoa que tem dificuldades em se acostumar com coisas diferentes, e por isso mesmo sente medo de se arriscar. Esse ano mesmo teve momentos em que eu simplesmente queria fechar os olhos e saber que nada daquilo estava acontecendo, eu queria voltar para a minha cama e saber que eu estava num território conhecido. Por que é tão difícil para mim conhecer pessoas novas e lugares novos? Eu não sei, sinceramente, eu não sei. E eu quero mudar tanto isso, preciso mudar.
   Eu botei na minha cabeça que esse ano eu precisaria me desafiar ao máximo, para o meu bem. Que esse ano seria aquele em que eu me jogaria morro abaixo para eu realmente ter de me arriscar, na marra mesmo. Que esse ano seria aquele em que eu realmente me esforçaria para me colocar em situações em que eu nunca havia imaginado antes, me esforçaria para conhecer novas pessoas e que pudesse dar a elas uma boa impressão de mim, quero dizer, a impressão de quem eu verdadeiramente sou. Tudo isso para o meu bem. Mas é difícil fazer tudo isso se quando chega na hora H eu simplesmente travo! Se quando chega essa hora eu simplesmente resolvo que posso deixar para a próxima vez. Mas que próxima vez?
   É tão difícil para mim me desapegar, conhecer coisas novas, tentar trocar as minhas cores de lápis. Eu tenho a impressão de que tudo é tão difícil! Mas eu tenho dezessete anos, não é para ser tão difícil assim! Eu odeio quando as pessoas falam para mim que existem problemas tão maiores que os meus, porque isso me faz me sentir ainda mais pequena. É lógico que existem, mas aquele meu problema não vai diminuir por saber que outros maiores existem pelo mundo. E a última coisa que eu quero é que isso soe como um comentário egoísta, como se eu não fosse grata por ter tudo o que eu tenho na minha vida, porque, pelo contrário, eu agradeço todos os dias por ter a chance de eu ser e poder ter tudo o que eu quiser! Eu sou tão grata por isso! Quantas pessoas tem a chance de poder escolher se quer fazer uma faculdade? Eu me sinto tão sortuda por isso!
   Enfim, como eu disse, eu não sei o que eu pretendo escrever aqui. Tudo isso para eu dizer que eu preciso perder esse medo irracional do desconhecido. As vezes é bom poder mudar o papel, poder escolher outros lápis, uma combinação nova de cores, para ver o que vai dar. Afinal, "viver é usar a caixa inteira de giz de cera". É preciso testar novas combinações, novos formatos, novos traços. Porque muitas vezes o resultado pode ser inacreditável. Digo isso porque eu meio que já fiz isso, fiz algumas certas mudanças que no começo pareciam totalmente idiotas, mas que depois resultaram em coisas surpreendentes. Eu agora só preciso colocar na minha cabeça que eu posso continuar fazendo isso. Eu só preciso me colocar no piloto automático e navegar pelo desconhecido, sem ter esse medo ocupando todo o espaço do meu porta malas.

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